PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
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SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
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ENSAIOS
As Liberdades de um Concerto Revolucionário
Autor: Jorge de Almeida
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04/mai/2023
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Inspirado pelo espírito revolucionário da época e pelos caminhos abertos por seus antecessores, Beethoven [Ludwig van Beethoven, 1770-1827] se rebelou (“heroicamente”, como ressaltam alguns biógrafos) contra o papel social tradicionalmente atribuído aos músicos e a outros artistas. Seus mestres vienenses, Haydn [Joseph Haydn, 1732-1809] e Mozart [Wolfgang Amadeus Mozart, 1756-91], haviam passado boa parte da vida como criados ou funcionários de casas aristocráticas, embora tenham buscado, a partir de meados da década de 1780, fugir a esse destino (o aposentado Haydn, com suas lucrativas viagens a Londres; o jovem Mozart, com sua produção final: as óperas compostas para o Teatro de Praga e a iluminista Flauta Mágica, produções não patrocinadas pela corte).
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De Ouvidos Abertos para o Mundo
Autor: Cacá Machado
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02/mai/2023
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Aclamado como gênio, quintessência, semideus da música popular brasileira, Pixinguinha, cujo aniversário de morte completa 50 anos em 2023, incorporou os dilemas da cultura sonora de sua época e transitou por diversos circuitos graças a seu talento como instrumentista, compositor, regente e arranjador.
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Turangalîla
Autor: Nigel Simeone
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28/abr/2023
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O verão de 1948 foi usado para terminar a Turangalîla. Em 26 de julho, MePianista e segunda mulher de Olivier Messiaen, de cujas obras era a principal intérprete. [N. E.]ssiaen anotou que a “Sinfonia foi terminada hoje”, embora tenha continuado a fazer revisões na obra por todo o outono, finalmente escrevendo no diário: “9 de dezembro: Sinfonia terminada e boa de todos os pontos de vista. Escrevi uma carta para Koussevitzky em 11 de dezembro”.
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A Decana: timpanista Elizabeth Del Grande completa 50 anos de Osesp
Autor: Timpanista Elizabeth Del Grande completa 50 anos de Osesp.
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25/abr/2023
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Em 1973, quando a presença de mulheres em orquestras se contava nos dedos, ela juntou-se à percussão da Osesp e fez história. Bolsista do célebre Festival de Tanglewood, nos EUA, com vários prêmios no currículo, dedicou-se ao ensino da percussão sinfônica e participou de diversas gravações sinfônicas, de música popular, de trilhas sonoras e até mesmo de jingles. Neste ano, fará a estreia mundial, como solista, de A Hora das Coisas, encomenda a Paulo C. Chagas para celebrar as cinco décadas de Elizabeth Del Grande com a Osesp.
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A Danação de Fausto
Autor: James Haar
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21/abr/2023
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Berlioz pensou em transformar a obra em ópera não por tê-la concebido assim, mas porque apenas obras encenadas tinham qualquer chance de sucesso com o público parisiense da época. Por uma ironia tipicamente berlioziana, A Danação de Fausto viria a se tornar uma de suas obras mais populares no final do século XIX.
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Um Romeno em São Paulo
Autor: Entrevista de Adrian Petrutiu a Fabio Rigobelo, Assessor de Comunicação da Fundação Osesp.
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14/abr/2023
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Adrian Petrutiu, Músico Homenageado, representa bem a universalidade da música, tema desta Temporada 2023 “Sem Fronteiras”. Ele nasceu na Romênia em 1974, chegou à Osesp em 1998 e, dez anos depois, assumiu a posição de spalla dos segundos violinos. Através de Adrian — que estará presente por diversas vezes nos concertos ao longo de 2023 —,
a Osesp celebra também todos os músicos estrangeiros que adotaram o Brasil, especialmente a nossa Orquestra, como
seu segundo lar.
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Universos infinitos
Autor: Entrevista de Esteban Benzecry a Arthur Nestrovski
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13/abr/2023
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O argentino Esteban Benzecry, Compositor Visitante desta Temporada, conta como une, em sua música, a inspiração em tradições latino-americanas a cores orquestrais francesas.
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Confluência de Mundos Sonoros Distantes
Autor: Jorge Villavicencio Grossmann
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07/abr/2023
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"A peça revela também meu interesse pelo tratamento da textura dentro do conceito de forma dinâmica, que se baseia na percepção da forma como um fluxo contínuo de eventos musicais, ou seja, uma narrativa fluida ao invés de uma sucessão de blocos ou partes bem definidas, como por exemplo na forma ternária ABA."
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Um Homem Entra no Inferno
Autor: Nuno da Rocha
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05/abr/2023
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“Um homem entra no Inferno. Sem saber por quê, aproxima-se de suas portas. Entra. Na estranheza de sua existência, vê-se a si próprio como nunca tinha se visto.”
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A Figura Musical de Aylton Escobar
Autor: Regina Porto
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31/mar/2023
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“Toda criação é, na sua origem, a luta de uma forma em potencial contra uma forma imitada”. A frase de André Malraux — trazida por Jean-Paul Sartre no prefácio de um livro essencial sobre música e ideologia do compositor e teórico René Leibowitz, L’Artiste et sa conscience (1949), livro que tanto contribuiu para a reflexão sobre a música do último século — também se presta aqui à perfeição para algumas considerações sobre a obra e as razões de um compositor que, no embate de uma vida com a forma, absorveu sem reservas as contradições estéticas, políticas e ideológicas de seu tempo e lugar: o brasileiro Aylton Escobar.
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Figuras parisienses: Camille Saint-Saëns
Autor:Marcel Proust
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22/mai/2021
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“É um gênio, diz uma velha lenda, mas um gênio burlão. Rei dos espíritos da música e do canto, ele possui todos os segredos, e mesmo aquele, tão logo queremos nos aproximar dele, de fugir para o mais longe, sempre incapturável.” No momento de Ascanio [1890], enquanto o procuramos na França, ele percorre as Canárias. Esta noite, oculto sob o nome de um encantador músico defunto que ele vai ressuscitar, mais uma vez se esquivará de nossas homenagens. Será que agora vai escapar das garras do meu pensamento que tenta capturá-lo, e não me deixará, como um duende desaparecido, nada além de “vento entre os dedos?”
Gênio inspirado da música, dotado de uma sensibilidade profunda — basta-vos percorrer, sem falar de A Lira e a Harpa, Ascanio, esta lira, ou Sansão e Dalila, esta harpa –, ele se apraz, como um Gustave Flaubert, como um Anatole France, em escondê-la sob sua riqueza, sob sua ciência de grande escritor musical. Pois ninguém parece ter conservado melhor este pensamento célebre: “Todas as belezas intelectuais que se encontram num belo estilo, todas as relações de que ele se compõe, são todas verdades... talvez mais preciosas do que as que podem fazer o fundo de um discurso.”
Ele sabe rejuvenescer uma fórmula ao empregá-la em sua velha acepção e tomar, por assim dizer, cada frase musical, em seu sentido etimológico. Toma emprestadas as graças de Beethoven e de Bach ou, antes, como numa de suas mais belas transcrições, empresta a Bach graças que não lhe pertenciam.
Pintar num acorde, dramatizar com a fuga, eternizar pelo estilo; fazer caber tanta invenção e tanto gênio criador no emprego da escala quanto outro tanto no contorno de uma melodia, fazê-la correr em torno de uma ideia, como a antiga hera que preserva o monumento da ruína; outorgar assim à modernidade, pelo arcaísmo, suas cartas de nobreza; dar pouco a pouco a um lugar comum o valor de uma imaginação original pela propriedade erudita, singular, sublime, da expressão, fazer de um arcaísmo um traço de espírito, uma ideia geral, o resumo de uma civilização, a essência de uma raça, um traço de gênio jorrado da ferramenta ou caído do céu; [...] enfim, para fazer compreender uma religião, detestar um tirano, chorar uma mulher, ver Eros, ouvir o Eterno, limitar-se aos recursos, já não da própria música, mas da linguagem musical, divertir-se como um deus e como um diabo fazendo o mundo caber na música, a música na harmonia, toda a extensão do órgão na exiguidade do piano, são estes os jogos hábeis, desconcertantes, diabólicos e divinos deste humanista musical, que faz estalar a cada instante a invenção e o gênio no que parecia ser o domínio fechado da tradição, da imitação e do saber.
Artigo publicado no jornal parisiense Le Gaulois, em 14 de dezembro de 1895.
Tradução de Marcos Bagno. |
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